Low Horde – Cinematic Death, a sétima arte em forma de música.
A banda Low Horde oriunda das Minas Gerais nos trás essa proposta bem legal, retratar algumas das histórias que acompanhamos nas telas dos cinemas em alguns temas de arrepiar. O single de Black Phillip retrata o filme “A Bruxa” de 2015, um dos últimos filmes que me deram calafrios com sua história bem arranjada e com ótimo enredo, e por ai vai.
Low Horde foi formado pelo guitarrista Mauro Fiereck, o saudoso baterista Thiago Prado do estúdio Óxido, Germano Renan da banda Kamikaze nos Vocais, e Thiago Villete no Contrabaixo e Heavy Metal tradicional é o que de melhor poderemos ouvir, pois a banda produziu um álbum com músicas que entram na sua mente, riffs “ganchudos” e dinâmicas que são próprios ao estilo.
Cinematic Death com produção de André Cabelo foi gravado no “Engenho Estúdio” e conta com 12 músicas e histórias de arrepiar que nos remetem ao saudosismo da adolescência com temas ligados a filmes tais como: “Exterminador do Futuro” em Cyborg, “O Exorcista” em Possessed e o clássico “A hora do Pesadelo” em Death Nightmare…mas eles vão muito além.
O destaque sem duvidas é a coesão da banda no trabalho com todos os músicos executando muito bem as canções que compõe o CD, que também merece uma menção, pois foi muito bem elaborado em sua parte gráfica, ficando a cargo do já renomado Fernando Lima da banda Drowned. A arte nos traz os elementos do cinema tais como: rolos de filmes, salas de exibição e projetores, tudo com aquela pegada dos “Horror’s Films”.
Podemos nitidamente ver que os músicos estavam preparados para a proposta, pois tudo foi muito bem executado e dou meu destaque aos vocais de Germano Renan que são muito competentes. A banda esta muito afiada, com guitarras em ótimos riffs e solos bem elaborados, sem muitas firulas que algumas vezes vemos no exagero do heavy metal, o contrabaixo de Thiago Villete é muito presente e acompanha muito bem os intervalos de bateria de Thiago Prado que nesse trabalho teve muita competência deixando assim seu legado na música mineira.
Black Phillip o primeiro single do disco é aquela musica tipicamente Heavy Metal com riffs cortantes de guitarra e bateria compassada no ritmo muito intenso, os vocais inspirados em Judas Priest dão a tônica perfeita ao refrão, essa é aquela música para abrir um álbum.
Scapegoat continua mantendo a intensidade da obra com destaque ao contrabaixo galopante de Thiago Villete.
Midnight (I’ll Take Your Soul), ótimo nome e pegada heavy com seu ritmo cativante com andamento constante da guitarra dando a cadencia da levada. Uma das melhores do álbum sem sombra de duvidas.
Boys In Pajamas faz alusão ao livro e posteriormente ao filme: “O menino do Pijama Listrado” sobre os horrores da segunda guerra mundial protagonizado pelo absurdo nazista, dando a tônica dessa musica, uma balada carregada no drama propício para as notas musicais que nos levaram a ver novamente os acontecimentos desse momento trágico da humanidade. Ótima composição com destaque para os teclados carregados em dramaticidade juntamente com a ótima interpretação vocal de Germano Renan.
Cyborg e The Lawyer, são aquele power metal possante beirando o Thrash Metal com a intensidade dos instrumentos a quilômetros por hora, compõe bem o andamento do disco, pois o metal sempre foi muito avido por intensidade, e nessas musicas encontramos isso com sobras.
Death In Nightmare a “Ode” a Freddy Krueger, nosso vilão favorito da adolescência, tem o destaque no solo com aquele pedal Whah-Whah que adoro, e ficou muito legal, pois essa música merecia isso. Possessed dá continuidade ao filme de horror com o drama de Regan Macneil, possuída por Black Phillip, se assim posso dizer.
Ao final, a banda ainda nos apresenta ótimas composicões como: Coffe in The Strangers, November 5th que faz alusão ao filme V de Vingança, qual estamos presenciando reações mundo a fora com o crescimento da realidade virtual, com seus males e benefícios.
The lady In The Bus e Rescue encerram o álbum com mais metal influenciando pelos nossos ídolos de infância e adolescência do Metal.
Me senti bem ouvindo essa obra pois remeteu diretamente aos primórdios do estilo quando conheci as diversas bandas que tanto gosto.
Low Horde foi uma grata surpresa nessa época de tanta diversidade musical, eles nos levaram de volta a um momento único que foram os anos 80/90, mas sem serem datados, pois tem muita criatividade nesse trabalho!
Obrigado amigos.